Este artigo foi desenvolvido por Paulo Godoy
Após a organização da documentação, uma outra etapa necessária é a identificação dos componentes do seu equipamento. Uma forma simples e clara a todos os envolvidos deve ser encontrada para identificar cada componente de forma que possam ser “chamados pelo nome”. Isso é de fundamental importância para as atividades de inspeção, manutenção e recuperação de itens.
Este artigo é o segundo de uma série que tratará sobre manutenção de transportadores de correia.
Este artigo propõe um “Passo 2”, no caminho da manutenção de transportadores de correia que – apesar de aparentemente simples – é de vital importância. A identificação de cada componente do transportador permitirá que a inspeção e manutenção de campo efetuem suas atividades com o mínimo de erros de localização. Um exemplo típico é: durante a inspeção, o inspetor detectar que um determinado rolo está danificado, programando a sua troca. Como identificá-lo? Como garantir que a manutenção trocará o rolo certo?
Para evitar situações como esta, uma forma de identificar cada item deve ser criada.
Parece simples, mas não é!
Os componentes precisam ser tagueados conforme uma sequência lógica, de fácil entendimento, que possa ser ampliada/escalável para outros equipamentos e que permita uma organização hierárquica utilizando-se um dos diversos softwares presentes nas organizações de diferentes tamanhos.
Este tagueamento vai de encontro a questões legais, de gestão de ativos da empresa e da identificação de seu patrimônio. Geralmente é um item auditável.
Outro item que deve ser inegociável é a segurança dos envolvidos. Equipamentos tagueados e corretamente sinalizados aumentam a segurança de todos e permitem que as ações para bloqueio de energias seja efetiva e sem erros.
Assim, de forma geral podemos indicar:
· Tag geral do equipamento, indicando seu conjunto de componentes como um todo. Por exemplo, o nome transportador de correias 17 é um nome muito longo. Poderia-se adotar TR-17.
Caso o TR-17 tenha dois motores, poderíamos adotar TR-17-M1 e TR-17-M2.
· Os tambores seguem uma sequência lógica, iniciando-se pelo primeiro acionamento e seguindo o sentido da correia no seu retorno. Assim, o tambor de acionamento do TR-17-M1 seria o TR-17-M1-TB1…
· E a sopa de letras vai aumentando pela quantidade de itens do equipamento.
Mas perceba que a partir do pequeno exemplo acima, vai-se construindo um entendimento e uma árvore de componentes, até que todos estejam tagueados/nomeados.
Um dos pontos mais polêmicos do tagueamento são os rolos. Em um mesmo transportador de correias podemos ter milhares de rolos. Como identificá-los? Eu gostaria de ter uma norma ou uma fórmula mágica – mas não tenho.
O que eu pratico? Uso a marcação a cada 5 rolos, com a letra C indicando carga, seguido da letra E para lado esquerdo e D para o lado direito do transportador de correia. Imprimo etiquetas indeléveis e resistentes ao sol, auto adesivas e inicio a marcação a partir do tambor de cauda. Assim, inicio pela CD1 e CE1, isto é, cavalete de carga direito 1 e cavalete de carga esquerdo 1. Estas etiquetas são afixadas no mesmo cavalete, cada um do seu respectivo lado.
As próximas etiquetas a serem afixadas são as CD5 e a CE5, ou cavalete de carga direito 5 e a cavalete de carga esquerda 5. Entre a posição 1 e a 5 os envolvidos precisam contar, mas desta forma economizo etiquetas e evito que meu equipamento pareça uma árvore de natal.
Eu não costumo etiquetar os cavaletes de retorno. Os inspetores devem ser treinados – da mesma forma que contam os de carga de um em um entre as etiquetas, a chamarem os rolos de retorno “abaixo do rolo de carga direito número 193” por exemplo.
A forma de indicar em campo é tão importante quanto escolher a forma de codificação. Imagine pintar a pincel todos os tags? Imagine comprar placas para cada item? Cada empresa deve achar a melhor forma. No meu estágio profissional atual, a indicação através de etiquetas auto adesivas de qualidade é suficiente.
Atualmente utilizo etiquetas de 50 mm de largura, fundo amarelo, impresso em preto, auto adesivas, resistentes a raios ultra violeta e a água. Tem funcionado muito bem. São impressoras facilmente encontradas no mercado.
Gostaria muito de pular etapas, mas a manutenção e sua implantação é um processo demorado e estruturado. Pular etapas custa caro e fará com que você volte algumas etapas.
Estes são apenas os primeiros passos. Tem muito mais pela frente.
Como sempre é fácil falar, difícil de aplicar.