Localizado na região centro-sul de Minas Gerais e com extensão territorial de aproximadamente 7 mil quilômetros quadrados, o Quadrilátero Ferrífero é uma área que engloba cidades próximas de Belo Horizonte, como Sabará, Rio Piracicaba, Congonhas, Casa Branca, Itaúna, Itabira, Nova Lima, Santa Bárbara, Mariana, Ouro Preto, entre outras.
No final do século XVII, houve a descoberta de ouro nessa área, algo que proporcionou a criação de importantes cidades mineiras, como Ouro Preto e Mariana, que são o berço de Minas Gerais. Além disso, o recurso mineral também atraiu um grande fluxo de mineradores, contribuindo para a ocupação e desenvolvimento do interior do Brasil, já que naquela época a população brasileira se concentrava nas áreas litorâneas.
O Quadrilátero Ferrífero é a região de maior concentração urbana de Minas Gerais e é uma área muito importante para o desenvolvimento econômico estadual, impulsionando, inclusive, o setor industrial, sobretudo as siderurgias.
Com uma enorme riqueza mineral, o Quadrilátero Ferrífero tem, entre vários outros minérios extraídos, o ouro, o manganês e o ferro como destaque. Lá se concentra 60% da produção brasileira de ferro, sendo a maior produtora brasileira do minério que é levado para ferrovias para o porto Tubarão, em Vitória.
A intensa exploração desses recursos desencadeou uma série de impactos na natureza, como a poluição do lençol freático e do solo, perda de biodiversidade, descarte inadequado de resíduos perigosos e erosões. Porém, atualmente, o local é fiscalizado por órgãos ambientais, sendo necessário o cumprimento de leis rígidas para a exploração dos minérios, a fim de reduzir os transtornos provocados pela mineração.
Os principais clientes dos minérios nacionais são China, Japão e o mercado europeu. O coração de ouro das Minas Gerais deve ser considerado bem maior do que o peito de ferro, pois suas ocorrências são regionalmente muito mais distribuídas do que apenas o ferro.
Como se formou o Quadrilátero Ferrífero
O movimento de colisão continental que afetou a bacia ocasionou nas cadeias de montanhas e permite a deposição de areias do Grupo Itacolomi em calhas entre montanhas. As rochas do Supergrupo Minas dão forma ao Quadrilátero Ferrífero e nelas ocorre uma das maiores reservas de minério de ferro do mundo.
O Quadrilátero Ferrífero é delineado por serras interconectadas, compondo belas paisagens naturais que são encontradas nas Serras Do Curral, Do Rola Moça, Da Calçada, Da Moeda, Do Ouro Branco e o Pico do Itacolomi. Inclusive, o nome foi dado ao local devido ao relevo que remete a uma forma quadrada e por lá conter grande quantidade de ferro encontrada nas rochas.
No Quadrilátero ocorrem três grandes conjuntos de rochas:
- Ígneas e metamórficas de idades arqueanas (3,2 bilhões de anos);
- Rochas vulcânicas e sedimentares designadas por Super Grupo Rio das Velhas (2,8 a 2,6 bilhões de anos);
- Rochas metassedimentares designadas como Supergrupo Minas, Grupo Itacolomi e Super Grupo Espinhaço (2,6 a 1,7 bilhões de anos).
A história geológica do Quadrilátero Ferrífero inicia-se há aproximadamente 3,2 bilhões de anos, com a formação das primeiras crostas continentais. Sobre esta crosta foram depositadas rochas vulcânicas e sedimentares da unidade denominada de Supergrupo Rio das Velhas. Nas rochas do Supergrupo Rio das Velhas são encontradas importantes minas de ouro.
Mineração
No Quadrilátero Ferrífero, são lavrados corpos de minério de ferro de alto teor, compacto, semifriável e friável, com teores maiores ou iguais a 64%. Os principais depósitos em produção compreendem ao:
- Complexo Itabira (Cauê, Conceição, Dois Córregos, Onça, Esmeril, Chacrinha e Periquito);
- Minas Centrais (Água Limpa, Brucutu, Córrego do Meio e Gongo Soco);
- Complexo Mariana (Alegria, Timbopeba, Fábrica Nova, Fazendão e Morro da Mina);
- Minas do Oeste (Córrego do Feijão e Fábrica) minerados pela Vale.
- Complexo de Alegria, que é administrado pela sociedade entre BHP Billiton e a Vale;
- Casa de Pedra que pertence à Companhia Siderúrgica Nacional.
O Depósito Casa de Pedra contém o maior corpo de alto teor do Quadrilátero Ferrífero e vem sendo explorado desde 1946.
Todos esses corpos foram intensivamente minerados nos últimos 30 anos. A Vale atingiu, em 2013, a produção total de 190 milhões de toneladas (Mt). Estima-se para a mineradora, que é a maior do Brasil e uma das maiores do mundo, uma reserva restante da ordem de 600 Mt para minérios de alto teor, além de 2.100 Mt fora das áreas atuais de lavra.
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