Este artigo foi desenvolvido por Paulo Godoy
Durante sua operação, tambores de transportadores de correia podem se desgastar normalmente ou sofrerem acidentes que reduzam a sua vida útil. A partir daí, o seu recondicionamento deverá ser considerado.
Atualmente o recondicionamento de tambores envolve minimamente:
- Desmontagem do eixo e anéis de fixação (se houver)
- Desmontagem das caixas de mancais
- Retirada do revestimento
- Medições e peritagem dimensional e ensaios não destrutivos
- Fabricação de peças, substituição de itens e remontagem
Toda a operação atual de reforma de tambores envolve o retorno as condições iniciais, isto é, se o tambor é de acionamento do transportador X, ele retornará da mesma forma.
Durante a sua reforma, alguns itens podem ser substituídos, principalmente o casco (se apresentar trincas, empenos ou desgaste de espessura) e eixos (se apresentar desgaste na sede de rolamentos ou outros danos). Geralmente a reforma envolve valores de aproximadamente 70% de um tambor novo. Estas substituições de casco e eixo são cobradas do cliente (com a sua anuência), mas as partes substituidas não retornam à este cliente, isto é, casco e eixo (com pequenos danos) ficam com o fornecedor.
Este pequeno artigo trata de uma abordagem possível: E se o tambor reformado tiver suas características alteradas para funcionar em outra posição do transportador?
Um exemplo prático seria, como citado anteriormente, alterar a espessura do casco (devido a um desgaste ocorrido em operação) para um valor tal que este tambor não possa ser utilizado como acionamento, mas poderia ser utilizado como um tambor de dobra de alta tensão.
Assim, os clientes receberiam o tambor reformado para a aplicação original, mas as partes substituídas comporiam outro tambor para uma classe de tensão menor do que a original.
Esta proposta apresenta uma quebra de padrões atuais da indústria de reformas de tambores de transportadores de correia, mas se adotada (após estudos detalhados, logicamente) poderia acarretar redução de custos para o cliente, reaproveitamento de materiais nobres (eixos de SAE 4140 por exemplo) e induziriam a evolução técnica dos prestadores de serviços.
A indústria de mineração pode e precisa evoluir sua gestão de sub conjuntos, e esta proposta pode ser um novo caminho para a reforma de tambores.
Em uma indústria tão tradicional como esta, a adoção de tambores por família de tensões admissíveis deve ser considerada e alvo de estudos internos.