Principais Componentes das Correias Transportadoras

Principais Componentes das Correias Transportadoras

As correias transportadoras são componentes fundamentais no transporte ou movimentação de materiais a granel. Composto de uma correia contínua (esteira transportadora) que se desloca sobre tambores e roletes. Conhecer os principais componentes da correia transportadora é extremamente importante para a sua aquisição e aplicação adequada! Saiba mais a seguir.

Para garantir que o sistema de transporte de materiais seja eficiente, é preciso contar com correias transportadoras resistentes e de alta qualidade. Dessa forma, evitará acidentes e até mesmo um grande gasto com manutenções em um curto período de tempo.

Por isso, entender mais sobre a composição das correias transportadoras é essencial para escolher qual a correia ideal para seu maquinário! 

 Leia o artigo e descubra os principais componentes das correias transportadoras!

Correia transportadora e suas características construtivas

Os principais componentes das correias transportadoras são divididos por duas partes: a carcaça interna e as coberturas externas (inferior e superior). Entenda cada uma delas a seguir.

Correia transportadora: tipos de cobertura

A cobertura da correia transportadora é uma camada geralmente construída de borracha ou sua combinação com outros materiais.

Ela reveste a carcaça e tem a função primordial de protegê-la contra os efeitos da abrasão, impacto, corte, temperatura, ataque químico decorrente do material transportado ou outras condições adversas.

Existe um tipo de cobertura específica para cada condição de trabalho. A cobertura é dividida em cobertura superior e cobertura inferior:

  • Superior: É a camada que recebe e mantém contato direto com o material transportado e tem o propósito de proteger a carcaça dos danos causados pelo impacto e pelo desgaste abrasivo.
  • Inferior: É a camada que não mantém o contato direto com o material transportado, porém mantém contato direto com os rolos e tambores, sendo que fornece uma superfície de fricção necessária para transmissão de energia e alinhamento da correia.

O material utilizado na fabricação das coberturas das correias é o composto de borracha, que é a mistura de vários ingredientes (substâncias químicas) que conferem a este os mais variados tipos de propriedades e fazem com que a cobertura da correia consiga desempenhar bem a função para a qual foi desenvolvido.

Dentre os diversos ingredientes, como ativadores, protetores, aceleradores, agentes de processo, plastificantes, corantes e etc, o elastômero tem posição destacada.

O elastômero é o elemento principal da composição. Formado por um emaranhado de moléculas com alto peso molecular também chamado de Polímero, é o elemento que dá características de resistência química, física e de processabilidade. Existem vários tipos de elastômeros, sendo os seguintes os mais usados conforme as características mostradas na figura 03.

A escolha de qual material a ser aplicado é baseado nas seguintes informações: tipo de material, altura de queda do material, granulometria, abrasividade, ação cortante, temperatura, presença de óleo ou outros produtos químicos e ciclo da correia. 

Principais Componentes das Correias Transportadoras
Principais Componentes das Correias Transportadoras 13

A Associação dos Fabricantes de Produtos de Borracha (ARPM), antiga Associação dos Fabricantes de Borracha (RMA), define duas classes de compostos para coberturas de borracha como Grau I e Grau II.

ARPM RMA Grau I: Estas coberturas consistem de borracha natural ou sintética ou uma combinação destas duas que serão caracterizadas pela alta resistência a cortes e arrancamentos pela excelente resistência à abrasão. Elas são recomendadas para serviços que envolvem materiais cortantes e abrasivos e para condições de carregamento de forte impacto.

ARPM RMA Grau II: A composição elastomérica destas coberturas será semelhante a composição do Grau I com uma resistência à abrasão classificada de boa a excelente nas aplicações que envolvem o transporte de materiais abrasivos, mas não pode oferecer a mesma resistência a cortes e arrancamento das coberturas do Grau I. 

A norma DIN 22102 parte 01 também estabelece os tipos e características de coberturas como W, X, Y e Z. A figura 04 mostra as características das coberturas GRAU I e GRAU II da ARPM RMA e W, X, Y e Z da DIN 22102. A adesão é a força de ligação entre as coberturas e lonas e entre lonas, sendo este, um fator importante para garantir a performance da correia transportadora.

Principais Componentes das Correias Transportadoras
Principais Componentes das Correias Transportadoras 14

A CEMA cita que as coberturas deverão ter espessura e qualidade suficientes para proteger a carcaça. As espessuras mínimas recomendadas para o lado de carga e retorno para aplicações de serviços gerais estão listadas na figura 05 e 06 respectivamente, sendo que a espessura necessária para uma correia específica é em função do material transportado e dos métodos de manuseio utilizados. É necessário aumentar a espessura das coberturas assim que as seguintes condições se tornarem mais graves: abrasividade do material, granulometria máxima do material, peso do material, altura de queda do material na correia, ângulo de carregamento, velocidade da correia e frequência de carregamento. 

Espessuras para o lado de carga

Principais Componentes das Correias Transportadoras
Principais Componentes das Correias Transportadoras 15

Espessuras para o lado de retorno

Principais Componentes das Correias Transportadoras
Principais Componentes das Correias Transportadoras 16

Correia Transportadora: Carcaça

A NBR 67177 define a carcaça como parte da correia destinada a suportar as cargas de tração, impacto e resistência ao rasgamento e rompimento, podendo ser construída de lonas sintéticas ou têxteis, cabos de aço ou uma combinação destes materiais.

É a seção estrutural mais importante da correia transportadora, pois tem como objetivo transmitir a força necessária para elevar e mover a correia carregada e absorver a energia de impacto liberada pelo material ao ser carregado na correia através da calha de alimentação. Ela deve permitir que sejam executadas todas as possíveis técnicas de emendas e ser forte suficiente para lidar com as forças que ocorrem ao iniciar, movimentar e parar a correia carregada, principalmente em transportadores que possuem aclives acentuados. A carcaça também tem a função de fornecer a rigidez necessária à correia para que permaneça alinhada na estrutura do transportador e suporte toda a carga de material. Os principais materiais aplicados atualmente nas carcaças de correias são as fibras têxteis e os cabos de aço.

Fibras têxteis: são os elementos mais comumente utilizados na fabricação dos tecidos integrantes das carcaças e é composto por fios: o urdume e a trama. O urdume é responsável pela resistência à tração e é disposto longitudinalmente fabricado com fios de Poliéster, enquanto a trama efetua sua amarração provendo ao tecido resistência transversal fabricado com fios de Nylon. A figura 07 mostra a montagem do urdume e da trama formando o tecido têxtil para compor a carcaça de uma correia transportadora. 

Principais Componentes das Correias Transportadoras
Principais Componentes das Correias Transportadoras 17

Cabos de aço: As carcaças de aço são constituídas de um conjunto de cabos de aço paralelos, dispostos longitudinalmente de tal forma a prover a resistência necessária para a correia suportar grandes forças de operação. Os cabos são protegidos contra oxidação envelopados por uma camada de borracha de ligação, esta camada protetora também permite a união da carcaça com a cobertura da correia. A figura 08 mostra o tipo de cabo de aço utilizado na composição da carcaça de uma correia transportadora, com destaque para a torção “Z” e “S” dos cabos, necessário para garantir o equilíbrio das tensões e ajudar no alinhamento da correia. 

Principais Componentes das Correias Transportadoras
Principais Componentes das Correias Transportadoras 18

A CEMA cita outros materiais usualmente aplicados na carcaça tais como algodão, fibra de vidro e aramida e suas características que podem ser vistos na figura 09. A figura 10 mostra um comparativo entre estes materiais em relação às características operacionais. 

Principais Componentes das Correias Transportadoras
Principais Componentes das Correias Transportadoras 19
Principais Componentes das Correias Transportadoras
Principais Componentes das Correias Transportadoras 20

A carcaça pode apresentar alongamentos temporários (elástico) muitas vezes devido às variações nas tensões da correia causadas pelas condições de partida e frenagem, ou causadas pela variação das condições térmicas. A CEMA mostra através da figura abaixo o valor de alongamento dos materiais aplicados na carcaça em função do percentual de tensão nominal (admissível) da correia transportadora para os esticamentos automático (contrapeso) e manual (esticador). 

Principais Componentes das Correias Transportadoras
Principais Componentes das Correias Transportadoras 21

Portanto, a correia transportadora é um componente sujeito a trocas periódicas. Na correia ideal, o desgaste total da cobertura deveria coincidir com o final de vida útil da carcaça, mas normalmente as coberturas desgastam primeiro, principalmente a cobertura superior. Este desgaste acontece devido à ação abrasiva causada pelo carregamento do material através da calha de alimentação sobre a cobertura da correia quando em movimento. A figura a seguir mostra a seção completa de uma correia transportadora composta pelas coberturas e carcaça de tecido têxtil e cabos de aço.

Principais Componentes das Correias Transportadoras
Principais Componentes das Correias Transportadoras 22

TENSÃO ADMISSÍVEL E FATOR DE SEGURANÇA DAS CARCAÇAS

A tensão admissível para uma correia transportadora é a tensão máxima e segura de trabalho recomendada para ser aplicada, que geralmente se refere a força aplicada à correia por unidade de largura. Os tecidos têxteis e os cabos de aço que fazem parte da carcaça da correia são frequentemente classificados pela sua tensão máxima de trabalho seguro, que é expressa como uma força aplicada por lona por unidade de largura da correia.

O fator de segurança de uma correia transportadora é a relação da resistência da correia à sua tensão máxima de operação. Tradicionalmente, o fator de segurança para as correias de lona de acordo com a CEMA é de 10:1, ou seja, a correia opera a 10% da sua resistência à ruptura e para as correias de cabo de aço é de 6,67:1, ou seja, a correia opera a 15% da sua resistência à ruptura.

A figura a seguir mostra as tensões admissíveis e de ruptura para correias com carcaça de Poliéster / Nylon e a próxima figura mostra para as carcaças para cabos de aço.

Principais Componentes das Correias Transportadoras
Principais Componentes das Correias Transportadoras 23
Principais Componentes das Correias Transportadoras
Principais Componentes das Correias Transportadoras 24

Componentes das Correias Transportadoras

Componentes das Correias Transportadoras

Conteúdos Relacionados:

 

Compartilhe essa publicação!