Polias e correias: para que servem?
Polias e Correias são itens de vital importância em diversos setores da indústria. Trabalham em conjunto no processo de transmissão de potência e movimento para os demais componentes de equipamentos e máquinas, garantindo seu funcionamento.
Em analogia com o corpo humano, podemos considerar o motor como o “coração” das máquinas. Neste caso, funciona como um “órgão” gerador de potência e movimento, que precisam chegar a outros implementos para operarem em conjunto. Aí está o papel das polias e correias — como veículo transmissor dessas duas grandezas, potência e movimento, para os demais implementos.
Sem a ação das polias e correias, os aparelhos não entrariam em funcionamento, uma vez que a potência e o movimento gerados pelo motor não chegariam aos demais implementos por falta do sistema de transmissão.
Estrutura e características das polias e correias
Características das Correias de transmissão
Em termos de estrutura e características, as correias de transmissão são cintas de material flexível. Normalmente se constituem de camadas de lonas e borrachas vulcanizadas, plástico de engenharia (Poliuretano, PVC, Nylon, etc) ou cordoneis de fibra de vidro. São fabricadas diferentes modelos e formatos, que se adequam ao encaixe de polias específicas.
Elas podem ser usadas em diferentes equipamentos, como por exemplo: moinhos, tornos, elevadores de carga; trituradores de rocha; e fatiadores de frios.
Características das polias de transmissão
Os diferentes tipos de polias industriais podem se produzir a partir de diversas matérias-primas, como: ligas leves, ferro fundido, materiais sintéticos e diversos tipos de aço. Apesar da resistência dos materiais, é preciso manter a atenção a seu desgaste de uso; com o passar do tempo, assim como as correias, elas precisam ser substituídas.
Principais tipos de polias e correias
Tipos de polias de transmissão
Há sete principais tipos de polias de transmissão:
1) Polia para Correia Sincronizada – É construída para aplicação específica em correias sincronizadas. Assim, os dentes presentes nas extremidades dessa polia permitem que ela se encaixe perfeitamente com os dentes da correia sincronizada, fazendo com que juntas, polia e correia operem em perfeita sincronia, razão que justifica seu nome;
2) Polia em V Simples – Para uso especifico com o modelo de correia de transmissão em V. O formato em V negativo da polia, também presente na correia, de forma positiva, permite que os dois componentes se encaixam perfeitamente. Por meio do contato direto das laterais de uma com a outra, as extremidades em V não se tocam, o que permite a passagem de ar;
3) Polia em V Múltipla – Possui frisos em forma de V, projetados para encaixar com precisão nas Polias em V Múltiplas, que possuem ranhuras de mesmo formato. Assim, polia e correia transmitem torque através do contato das laterais dos frisos junto com as ranhuras, garantindo uma distribuição uniforme de tensão ao longo de toda a extensão da correia;
4) Polia de Guia – Costuma ser utilizada em situações de trabalho realizado com duas polias (uma maior e outra menor);
5) Polia para Correia Redonda – Para aplicação em correias de formato redondo;
6) Polia Escalonada com o Aro Plano – Possui degraus em sua construção e usa-se muito em máquinas que necessitam trabalhar com mais do que uma velocidade de rotação. Serve para furadeiras de bancada, serra fita, torno etc;
7) Polia Escalonada com o Aro Abaulado – A exemplo de sua “irmã”, que possui aro plano, a Polia Escalonada com Aro Abaulado é um tipo de polia que contém degraus em sua construção. Também se utiliza em máquinas que necessitam trabalhar com mais de uma velocidade de rotação.
Tipos de correias de transmissão
Existem três principais modelos de correias industriais:
1) Correia Lisa ou Plana – utilizada principalmente para transmitir força em máquinas grandes;
2) Correia Dentada ou Sincronizadora – geralmente utilizada por motores de quatro tempos;
3) Correia em V – utilizada por motores que necessitam girar mais de duas polias (às vezes até quatro). É construída com material mais resistente devido ao maior esforço que deve exercer.
Tensionamento da correia de transmissão
As correias são componentes flexíveis que podem entrar em ressonância a depender da frequência com que elas giram sobre as polias. A ressonância é um problema sério de vibração que pode causar falhas graves na operação. Uma maneira simples de fazer com que uma correia saia de ressonância é modificar a sua tensão, de modo a modificar sua vibração.
Outra fora de buscar a solução do problema é acrescentar mais uma polia no sistema, cuja função é aumentar o caminho pelo qual a correia deve passar, esticando-a. Também se pode alterar o modo de vibração da correia modificando a frequência de trabalho das polias.
Manutenção de polias e correias
Fazer uso de polias desgastadas pode comprometer o funcionamento de equipamentos e máquinas, devido a falhas na transmissão de potência. Para manter a eficiência da produção, o serviço de manutenção deve realizar a substituição das polias de transmissão de suas máquinas sempre que necessário.
Quando as correias e as polias trabalham em desalinhamento, pode haver um superaquecimento e, em consequência disso, acidentes. Como o custo de uma parada inesperada no maquinário pode ser maior do que o custo de uma manutenção prematura, o tipo de manutenção adotado para esses materiais geralmente é baseado no tempo de uso, que independe da condição do material.
Algumas medidas de prevenção em polias e correias
1- Verifique se a correia não está muito tensionada, pois isso pode diminuir a vida útil da peça e estragar todo o equipamento;
2- Não deixe a tensão baixa demais. Isso pode causar um deslizamento das correias e aquecer e desgastas as peças do motor durante o trabalho;
3 – Tenha certeza de que a correia apresenta um encaixe perfeito na polia. É importante não forçar as peças, nem tentar encaixá-las com o auxílio de outras ferramentas. Se elas não se adequarem, significa que a polia ou a correia não é ideal para aquela função, o que pode prejudicar o equipamento;
4 – Verifique se o motor está bem ventilado e sem obstáculos próximos aos furos de respiro, para evitar um superaquecimento;
5 – Com todo o sistema funcionando corretamente, as manutenções das correias e polias devem ser feitas por meio de limpezas periódicas. A frequência vai depender do uso do equipamento, sendo necessário monitorar a tensão e o desgaste das peças.